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A Lei Geral de Proteção de Dados e o setor Logístico

Fabrício Perroni
Pessoa com colete de segurança amarelo e capacete branco observando contêineres coloridos numerados (4, 5, 6) em uma área de armazenamento ao ar livre.

Escrito por Fabrício Perroni, Analista de Privacidade & Proteção de Dados na Tmov


 

O setor logístico é tema de suma importância e criticidade não apenas para os brasileiros que atuam direta e indiretamente nesta atividade, os que fazem uso como simples consumidores, mas principalmente para a economia do Brasil, que além de abastecer o mercado interno também exporta diversas mercadorias.


Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil ocupou a 25 colocação em exportações em 2021, com total de US$ 281 bilhões. Não podemos deixar de citar o grande volume logístico gerado do e-commerce. Ao passo que a tecnologia evolui, o mercado de vendas pela internet tem crescido principalmente nos últimos 2 anos.


Em toda essa Logística no país, com mais de 147.000 empresas transportadoras de cargas e 332 cooperativas, existem dados pessoais cadastrados de seus colaboradores, do cliente que se cadastrou em algum momento para compra e de aproximadamente 492.000 motoristas autônomos regularizados.


Afim de cuidar dos dados pessoais de todos os envolvidos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade.


A criação de políticas internas que assegurem boas práticas de segurança e tratamento dos dados pessoais é algo que tem sido adotado pelas empresas e inclusive consta na Seção II, Das Boas Práticas de Governança na LGPD.


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Principais desafios na conformidade com a LGPD


A medida que cresce o setor logístico, a quantidade de dados armazenados de seus clientes e a tentativas de ataques cibernéticos, aumenta automaticamente o risco e a necessidade de implementar medidas de segurança da informação mitigando ataques.


De acordo com a empresa Fortinet, o Brasil sofreu mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2021, correspondendo ao um aumento de 950% com relação a 2020 e ocupou a segunda colocação no ranking de ataques na América Latina e Caribe.

A questão da conformidade e segurança não se resolve apenas criando políticas, aditivos de contratos, nomeando um encarregado e contratando um novo firewall, vai muito além! A contratação de profissionais qualificados na área de privacidade e proteção de dados assim como em segurança da informação é apenas o início de um ciclo que não termina.


O fato deste ciclo não terminar é porque leva em consideração: a mudança na cultura da empresa em atividades que envolvam tratamento de dados pessoais, passando pelo privacy by design; auditoria nos processos que envolvam o tratamento dos dados pessoais; avaliação do cumprimento das políticas pré-estabelecidas; avaliação de fornecedores e muito mais.

O movimento de conscientização e mudança cultural corporativa é necessário e leva tempo. Estabelecer metas, realizar treinamentos constantes e campanhas de incentivo ajudarão a fortalecer o elo da corrente da privacidade e proteção de dados na empresa.


Apesar das dificuldades que atualmente afetam o setor (como o preço do combustível elevado, inflação, variação cambial e adversidade climáticos) é através do investimento em tecnologia, capacitação e profissionais qualificados que os obstáculos serão superados ao longo do tempo, com eficiência, transparência e segurança.


O desafio do setor logístico é grande e conquistar o seu espaço no mercado leva tempo.


Fidelizar o cliente final e fortalecer sua confiança é primordial, por isso, estar adequado a Lei Nacional faz com que a organização suba de patamar e se fortaleça no mercado, saindo na frente de seus concorrentes.


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